Quando aparecem novos pretendentes ao trono de credenciado de anilhador, repito sempre o mesmo discurso: "Caríssimo, 90% dos pretendentes a formandos que me aparecem à frente, nunca mais aqui aparecem após a primeira sessão". O "glamour" de ter a ave na mão rapidamente desaparece quando a dificuldade em manusear correctamente uma ave na mão se faz sentir, ou então as inúmeras tentativas de medir correctamente uma asa, barram na dificuldade de manejar a régua e uma asa e um chato a informá-lo que a ave está a começar a abrir o bico. Tambem aceito que frequentar a minha mesa de anilhagem não é fácil, nem é para todos e para continuar a fazer jus a isso, não é no primeiro dia que as coisas são tornadas fáceis para agradar o pretendente à coisa. Por isso, quando me aparece pela frente um entusiasmado e sorridente pretendente a anilhador, a esbanjar confiança, fico-me a perguntar se ele pertence ao lote dos 10% que possuem força psicológica para aguentar e tornar-se um anilhador, ou se pertencerá aos 90% que acha que isto de anilhar passarinhos é giro, os gajos que ensinam é que são um grandessíssimos coiros. Ó Luis de Santa Comba Dão, aguentas-te? E para esta sessão, na qual apareceram mais uns interessados em aprender alguma coisa sobre a anilhagem, tive a ajuda do Pedro Lopes e foi feita a escolha de um local onde fossem capturadas poucas aves, porque muitas aves e formação ao mesmo tempo dá sempre confusão. Mas deu uma espécie nova para o Pedro.
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March 2024
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