É o que há.
O caniçal está assim, com os últimos invernantes ainda a fazer "sala" por ventos mais favoráveis que os levem para os territórios de nidificação e os migradores estivais ainda sem aparecer. Ficam assim, para compor a sessão, os poucos residentes que por aqui andam, já a ocupar territórios e a começar a retirar penas do peito e abdómen, a iniciar a pelada de incubação. Fica para a história da sessão, o Chapim-real anilhado como juvenil em 20/10/2016 e pela primeira vez recapturado numa sessão.
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Tudo movimentos a partir do meu quintal.
Os dois primeiros registos são do mesmo Rouxinol-pequeno-dos-caniços que foi recapturado no Reino Unido em dois dias seguidos. O terceiro e quarto registo, tambem da mesma espécie dizem respeito a dois movimentos para a Bélgica. Refiro, como nota, que estas aves foram capturadas no meu quintal quando dirigiam-se para os territórios de invernada no continente africano e foram mais tarde recapturadas, possivelmente nos locais de nidificação no continente europeu Nesta sessão realizada na Gafanha do Areão, um dos Piscos-de-peito-azul capturados possuía uma anilha francesa (Historial n.º 166). Este ano recebi a informação que um indivíduo que neste dia foi anilhado com anilha portuguesa, foi recapturado quase um ano depois em França.
Esta sessão realizada no quintal, em Brasfemes, serviu para proporcionar mais alguma formação a quem pretende um dia obter a credencial de anilhador e tambem ir verificando o que se passa neste período do ano.
A ausência de vento proporcionou a montagem de redes e dado que só previa ocupar a manhã nesta actividade, preferi não colocar em funcionamento as armadilhas-de-funil. A sessão correu bem e refiro a captura de sete Milheirinhas e um Pardal-doméstico tinha algumas penas brancas na cabeça. Uma Felosinha, que tinha sido anilhada à chegada, em 21/10/2019, neste período de partida para os locais de nidificação, volta a ser recapturada. É uma mistura de Vale Soeiro com a Senhora do Círculo. Tem características das duas, quer em termos de flora, geologia e fauna. Sofre do mesmo problema, quando exposto a ventos de Leste, é impossível fazer aqui o que quer que seja.
Mas fica a um minuto da minha residência, a dez minutos do centro de Coimbra e isso é um imenso ponto positivo, para alem da certeza que imensas coisas aqui vão acontecer. E é sobre isso que passarei a relatar aqui, os resultados desta Estação de Esforço Constante, gerida e mantida nos tempos livres dos anilhadores que por aqui vão trabalhar. Esta foi a primeira sessão. Apesar de ter registado a presença de Rouxinol-pequeno-dos-caniços em Fevereiro, é a partir de 15 de Março que esta espécie, bem como a Cigarrinha-ruiva, começam a chegar aos pauis do Baixo Mondego. Por isso era dificil que nesta sessão existisse outro dado para registar do que a partida da maioria dos invernantes, neste caso a Escrevedeira-dos-caniços e a Felosinha e a ausência de chegadas.
Por isso, já na fase de despedida entre mim e o Pedro Lopes, lá lançávamos que para a próxima seria melhor, quando chega o hiperactivo Helder Araujo, eterno amigo desde os seus 11 anos de idade, que frequentava as minhas sessões de anilhagem e de educação ambiental e agora responsável pela protecção civil de Montemor-O-Velho, desatamos a falar sobre o futuro do Paul do Taipal e eis que sai daqui a recuperação da ponte de madeira para antiga linha 1, a programação do corte de alguns salgueiros, para que na próxima época de nidificação a linha 1 seja reactivada. Afinal, esta sessão, foi do mais produtivo que possa existir. Tenho ainda 14 historiais de aves para aqui divulgar, mas este, acabadinho de chegar, passou à frente de todos por várias razões:
1- Trata-se de uma deslocação para outro continente, numa distância de 4.206km em linha recta entre o local de captura e de recaptura. 2- A distância em dias entre a captura em Salreu no ano em que esta andorinha-das-chaminés nasceu e a data do seu controlo, oito anos depois. Significam muitas viagens entre o continente europeu e o africano 3- Este anilhador é dos meus. Pierfrancesco Micheloni do Istituto Nazionale Fauna Selvatica já tinha controlado em 2000, no mesmo local, outra andorinha-das-chaminés anilhada por mim. Somos os dois muito bons Por Isa de Sá Teixeira (anilhadora credenciada)
Aconteceu no passado fim-de-semana, na Lousã, o VI Encontro Técnico de Anilhadores. Este encontro já não se realizava desde 2010, pelo que sua realização marcou pela capacidade de iniciativa. A organização do evento esteve à responsabilidade do ICNF/CEMPA e da Associação Portuguesa de Anilhadores de Aves (APAA). O evento promoveu o encontro de cerca de 60 anilhadores, alguns mais experientes e outros menos experientes, o que possibilitou a troca de experiências e conhecimentos, e a discussão de temas comuns a todos, como a aplicação de determinadas metodolodigas. O Encontro teve inicio com uma mensagem do Eng. Nuno Banza, Presidente do Insituto da Conservação da Natureza e das Florestas, reconhecendo a importância da anilhagem cientifica para o estudo das aves e o esforço, dedicação e trabalho, muitas vezes completamente voluntário, dos anilhadores. O 1º dia do Encontro foi dedicado a diversas apresentações sobre a anilhagem cientifica e projectos que envolvem este tipo de marcação, como o PEEC (Projecto Estações de Esforço Constante) e o MAI (Monitorização de aves invernantes), e também sobre a aplicação de novas técnicas de marcação e seguimento de aves em complemento à anilhagem, bem como a contribuição destas para o conhecimento e conservação da avifauna. O 2º dia foi dedicado a 2 workshops: um sobre a base de dados na qual os anilhadores inserem os dados resultantes das sessões, e outro sobre os primeiros-socorros a prestar a aves feridas e debilitadas. O Encontro terminou com algumas considerações feitas pela Srª Prof. Teresa Fidélis, Directora Regional do Departamento de Conservação da Natureza e das Florestas Centro, do Dr. Vitor Encarnação, Coordenador do CEMPA, e do Dr. Carlos Pacheco, Presidente da APAA. Foi por pouco.
Este excelente registo de longevidade pertence-me pela metade, pois trata-se de uma recaptura de um Rouxinol-pequeno-dos-caniços com anilha sueca. Nos meus registos de anilhagem, o record de longevidade desta espécie é de 3.339 dias, por vinte dias não foi ultrapassado. Para alem disso, trata-se de um registo que obtive no meu quintal durante a época de migração. Historial 90
Com o falecimento de Alfred SCHIERER, principal e provavelmente unico impulsionador da CRBO Strasbourg, segunda central de anilhagem existente em França, a transmissão de informação sobre as aves que anilharam cessou de circular. No entanto, após todos estes anos, assistimos agora à sua reactivação e nos ultimos dias recebi o historial de aves anilhadas com anilhas desta central, que tem um website a funcionar em http://www.crbostrasbourg.eu. Anilhada como juvenil em Agosto de 2005, foi recapturada no Paul do Taipal cinco anos mais tarde. |
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March 2024
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