O objectivo para considerar este fim de semana de trabalho como produtivo era recolher um mínimo de dez amostras de material biológico de Pisco-de-peito-ruivo. Quando conseguimos capturar trinta e um indivíduos e recolhidas a totalidade de amostras que necessitávamos, podemos afirmar que tudo correu de forma perfeita.
De facto, para além de observadores de aves e anilhadores, o grupo era constituído por apaixonados naturalistas, que numa área e região que a todos nós nos impressiona, podemos observar tanta coisa para além das aves.
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Durante esta semana, a Central Nacional de Anilhagem enviou-me dez historiais de aves anilhadas no estrangeiro e recapturadas por mim em Portugal. Basicamente, recebi a informação de todas as recapturas belgas em 2019 e duas francesas.
Começo pela estreia no ano passado, que foi a recaptura pela primeira vez de uma Cigarrinha-malhada. Foi anilhada em 2018 como juvenil, recapturada no ano seguinte no meu quintal durante a passagem migratória para o continente africano. O mais interessante desta sessão, foi o que não aconteceu. O numero de Noitibós a sobrevoar o local enquanto montávamos as redes de captura ultrapassou o que tenho visto na minha área de residência, apesar de bastante longe dos bandos de 30 e 60 indivíduos que já vi em Arzila e na Foz do Alge respectivamente. Mas ouvimos e vimos um numero razoável de indivíduos, que leva-me a acreditar que em breve irei tentar a sua captura em sessão dedicada a esta espécie. Quanto à sessão propriamente dita, a captura de um casal de Pica-pau-malhado-grande foi o culminar de uma série de observações na zona. Já tinha o texto mais ou menos pensado sobre esta sessão, pois tudo começou ontem ao anoitecer, repetindo as mesmas metodologias e o local escolhido entre 1998 e 2000, quando juntamente com outros amigos, foi feita a monitorização de dormitórios de Andorinha-das-chaminés, dando origem a este artigo que podem consultar na ligação abaixo
Resumindo, vi seis Andorinha-das-chaminés, foram capturadas quatro, muito longe dos numeros de outrora. Mas a vontade de repetir este trabalho, particularmente no Paul do Taipal, com uma visita regular aos outros locais, começa-se a instalar na minha vontade.
Mas, quando cheguei a casa e começo a conferir as folhas de anilhagem e depois de percorrer a minha base de dados, reparo que o Rouxinol-pequeno-dos-caniços da fotografia acima, tinha sido anilhado como juvenil no dia 5 de Julho de 2012. Foi controlado em 2013 e 2015, nunca mais aparecendo, até ao dia de hoje. Ficou a ser o assunto da sessão. Historial PT 61
É a oitava ave que anilho no meu quintal sendo depois controlada num país entrangeiro e logo uma estreia para esta espécie. Esta Petinha-das-árvores, capturada e anilhada em Setembro de 2019, foi controlada este ano, no regresso do território de invernada no continente africano, na Longis Reserve, numa das lhas do Channel Islands. O trajecto entre a minha residência e o Centro Interpretativo da Reserva Natural do Paul de Arzila leva-me a passar quase diariamente em frente a este muro, situado na localidade de Ameal. Desde sempre vi sair dos buracos dos tijolos de drenagem a Andorinha-das-barreiras e também de murmurar que era interessante fazer o seguimento desta colónia, situada num local que em princípio não sofre a evolução dos tempos.
Todas as colónias que conheci no Baixo Mondego desde finais da década de 80 do século passado, estavam instaladas em taludes de estradas e antigas saibreiras, quase todas ilegais, bastante comuns na zona. Desde então, os taludes foram sendo ocupados por vegetação e as antigas saibreiras alvo de ocupação florestal e cada vez mais vejo esta espécie de andorinha a ocupar os buracos de drenagem de muros. O primeiro contacto que tive com esta realidade foi no muro da escola básica de Montemor-O-Velho, em buracos bastante baixos, que as andorinhas para tomarem voo, passavam por debaixo das viaturas das professoras que ali os estacionavam. Outro muro estava situado em Verride. Mas sempre colónias pequenas, nada semelhante a colónias de outrora. Esta colónia situada neste muro é pequena, talvez perto de vinte casais, mas vou contactar o proprietário para obter autorização para aprofundar cinco buracos em cada tijolo de modo a facilitar a ocupação e construção do ninho. E depois, anualmente, fazer o seu acompanhamento e seguimento. E ainda dá para entrar ao serviço antes das oito horas. Mais uma sessão nesta estação de esforço constante e à semelhança do ocorrido na dia anterior na Senhora do Circulo, o vento forte de Leste tornou mais visíveis as redes de captura. Mas o facto das linhas de captura estarem colocadas na vertente sul deste outeiro, não apanhamos as fortes rajadas, possibilitando a realização da sessão. Não existe nada de muito significativo a realçar, ficaram as histórias e as conversas que tivemos ao longo da sessão. Divertimo-nos. Esta sessão na Senhora do Circulo tinha um principal propósito que era a recolha de amostras de material biológico de Pisco-de-peito-ruivo. Apesar de terem sido capturados alguns indivíduos, decidi não tirar amostras dos juvenis capturados e os adultos já tinham sido amostrados. Para além disso, continua a formação dos formandos que acompanham-me nas minhas sessões, anilhando o João pela primeira vez uma Trepadeira-comum e a Isa anilhou um Gaio. Nesta sessão de Maio registou-se a presença dos primeiros juvenis de Verdilhão e de Pardal-doméstico a frequentar os comedouros. Do total de cinquenta e dois indivíduos de Verdilhão, quatro eram juvenis. Destes, três entraram nos comedouros por duas vezes. No caso do Pardal-doméstico, dos onze indivíduos, oito eram juvenis.
Foram colocados alguns gráficos que mostram mais informação na página dedicada a este assunto. Ver aqui Nota: as amostras biológicas referidas nesta publicação, são recolhidas ao abrigo da Licença N.º408/2020/CAPT emitida pelo ICNF Aproveitando três dias de folga, decidi fazer duas sessões de anilhagem, a primeira no Paul do Taipal, onde foram colocadas a funcionar as três linhas de captura habituais, num total de 291 metros. Poucas aves capturadas, realce para o facto do JMS ter anilhado pela primeira vez um Garçote. No dia seguinte, de manhã bem cedo, árdua tarefa esperava-nos na limpeza das linhas de anilhagem da Senhora do Círculo. Já tinha deixado de lado este local, pois ter ao mesmo tempo a tarefa de colocar a funcionar as estações de esforço constante como parte da minha actividade profissional e gerir o funcionamento destes locais onde desenvolvo trabalhos de anilhagem nos meus tempos livres era tarefa impossível. Daí que, uma vez enterrada a minha participação em trabalhos de anilhagem e monitorização como profissional, voltei a colocar em funcionamento este local, situado na Serra do Sicó, pois respondendo afirmativamente a uma solicitação da Universidade de Varsóvia-Polónia para recolher amostras de material biológico de Pisco-de-peito-ruivo e dado que o LPS está tambem a recolher amostras para o mesmo projecto em locais próximos aos meus, decidi afastar-me um pouco e passo a recolher amostras na Senhora do Círculo, para alem de outros locais. Esta recolha de amostras biológicas vai tambem servir para dar formação neste campo à anilhadora IST. A sessão correu de forma positiva, proporcionando a recolha de três amostras biológicas de machos de Pisco-de-peito-ruivo,a captura do primeiro juvenil do ano, no caso uma Carriça e ainda novas espécies, um Pica-pau-malhado-grande para a IST e uma Escrevedeira-de-garganta-preta para o JMS |
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March 2024
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