Julgava o meu velho amigo de longa data e companheiro dos meus primórdios da anilhagem, que eu nunca tinha anilhado tal coisa, sabendo eu que ele é que nunca tinha colocado as mãos em tal ave. Por isso era compreensível aquela alegria meia tristonha que teve, quando tirou das redes um Acrocephalus paludicola, mostrando-se felicíssimo pela minha sorte.
Dez minutos mais tarde, já sentados na mesa da anilhagem, continuando com aquela alegria a meio gás, dando-me os parabéns, entregando-me a ave e dizendo, "finalmente que anilhas esta espécie", a minha resposta teve o condão de lhe provocar o lacrimejar à Hélder Cardoso, quando em idêntica situação lhe entreguei a mesma espécie para as mãos, que tinha acabado de retirar das redes da linha instalada no caniçal da Tornada (não adianta o Helder negar, porque as fotografias que guardo mostram isso mesmo). - Ó Nuno, já anilhei disso, agora é a tua vez. Resumindo, o amigalhaço Nuno Paulino marcou um golaço do camandro.
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... haveria a reportar sobre esta sessão, normal, sem nenhuma novidade ou informação a divulgar, não fosse ter chegado ao e-mail e verificado que tinha chegado a informação de um Acrocephalus scirpaceus com anilha inglesa, encontrado no ano passado algures pela Bairrada em má condição física, depois recuperado e libertado aqui no Choupal. Pelos resultados desta sessão e de outras, muitos gostam de por aqui passar na sua migração para os territórios de invernada. Boa viagem rapazes.
Neste período do ano, esta é a linha 2 da Madriz. Grosso modo, metade das aves capturadas são Sylvia borin e assim será nas próximas duas semanas. Realce para o controlo de duas anilhadas neste local no ano passado.
...amoras, romãs, feijão-verde, tomate-cereja, limões, dióspiros, figos, marmelos, tomilho, morangos e muitas outras coisas. E também tem Anthus trivialis, Ficedula hypoleuca, Sylvia communis, Phylloscopus ibericus, Phylloscopus trochilus entre outra passarada e ainda dois ferozes cães que tomam conta dele na minha ausência.
Dá gosto ter um quintal assim. Desde que passei a registar a presença/ausência de lesões na cloaca e abdómen no género Turdus (e avanço que até agora aparece em todos), também tem existido uma preocupação em obter informação da existência de lesões similares em outras espécies. Hoje no Paul da Madriz, verificou-se a existência de lesões similares em todos os 13 indivíduos processados da espécies Cyanistes caeruleus, o que é digno de nota. Dado o volume de aves capturadas e ao facto de ser só um a processá-las, pois dou sempre primazia aos formandos no seu processamento, procedi à desmontagem das duas linhas que estiveram em funcionamento enquanto o Rui Machado assumiu a anilhagem e registo das aves processadas sozinho. E cumpriu a tarefa na perfeição, pelo que no final do ano, será enviado para a Central Nacional de Anilhagem um pedido de concessão de credencial de formando, dado já ter atingido os critérios estabelecidos.
Nesta sessão realizada no Choupal tive a companhia e ajuda da Cristiana, formanda do grupo GVC (http://anilhagemdeaves.weebly.com ), que com a sua vontade em aumentar os seus conhecimentos de técnicas de captura e anilhagem de aves, tem participado em sessões de anilhagem realizadas por outros anilhadores, contactando com outros procedimentos, outras técnicas e materiais e também outras maneiras de abordar esta técnica de captura e marcação de aves. A sessão foi demorada, muito por culpa da minúcia com que cada ave era anilhada, na discussão da sua correcta identificação e determinação de idade e sexo. Tanto assim foi, que uma sessão que teve início pelas 05:30, só terminou com o equipamento arrumado pelas 18:10. Dia cansativo para a Cristiana que espero que tenha gostada e que não desista de por aqui aparecer. Em relação à sessão, captura de 3 Acrocephalus scirpaceus em ambiente florestal, que não sendo caso raro, é sempre de realçar, nota-se um ajuntamento de Sylvia atricapilla e borin na zona da vegetação dominada por Tintureira, mas também Sabugueiro e Silva, para alimentarem-se das bagas. Em relação aos Phylloscopus trochilus nem vê-los nem ouvi-los, se não fosse o caso de ter capturado um único indivíduo. Uma vez chegado a casa, uma olhadela para o mail e a notícia do historial de uma Emberiza schoeniclus com anilha francesa controlada no Paul do Taipal.
Duas coisas a salientar da sessão de hoje: a captura de Locustella naevia, espécie não muito frequente às portas de casa e uma muda de um juvenil de Carduelis carduelis que entendi registar, já que apresenta o que parece ser uma muda completa das caudais e muda parcial das primárias.
Eu considerei que se tratava de uma muda parcial das primárias, porque não tive a sensação de as restantes primárias irem ser mudadas, mas posso estar enganado, já que as penas exteriores em muda, foram registadas como sendo de código 2. Se fossem de um código mais elevado, seria possível ter uma maior certeza quanto à continuidade ou não da muda das primárias, mas como não estava a mudar as secundárias, muito estranho seria mudar todas as primárias e deixar as secundárias para trás. A data mais precoce em que registei o início da passagem migratória de Phylloscopus trochilus foi 27/07/2012. Existem alguns anos que os primeiros registos ocorreram a 2 e 3 de Agosto, por isso, o registo de hoje está dentro do que é normalmente registado. Fora este registo, nada mais haveria a relatar, porque a sessão foi calminha, não fora uma vespa-cabro ter-se enredado numa das redes e na tentativa de eu a retirar viva, esta f$?%-da-p!$% decidiu picar-me num dedo.
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March 2024
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