Um velho amigo que um destes dias vai entrar pela minha casa dentro, já me dizia quando um anilhador captura mais aves anilhadas que por anilhar é sinal que está a fazer um bom trabalho. Foi uma das raras vezes, senão a unica que enchi uma folha amarela com capacidade para 50 aves, onde registo as recapturas, já que sigo os velhos hábitos adquiridos no meu início da anilhagem. Quando comecei a anilhar, ainda competia à Central Nacional de Anilhagem o fornecimento das folhas de anilhagem, com capacidade para 50 aves, brancas para as capturas, amarelas para as recapturas e que no final do ano eram devolvidas ao remetente original. Tempos giros onde passava dias e dias a preencher as amarelas e verdes folhas de série que depois serviam de indíce para a CNA procurar as anilhas. Durante a sessão participaram 15 crianças da ASAS - Associação Aprender e Sentir (ver link ) onde aprenderam o nome de algumas aves que frequentam o Choupal e as suas características principais. Quanto aos registos obtidos nesta sessão, continuam a ser verificada a actividade de muda dos Verdilhões juvenis, mas até agora as mudas de primárias ainda estão na P1 e P2, à excepção do indivíduo da imagem. Na sessão realizada na Madriz, as capturas de migradores é o que mais distingue esta sessão. Apesar de frequentes na região, a captura de Rouxinol e Felosa-poliglota é rara na época de nidificação, sendo só capturadas no processo migratório. De assinalar a captura de dois indivíduos de Felosa-musical.
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O unico formando que frequenta as minhas sessões, está certinho nas medidas biométricas, analisa primeiro a ave atentamente e só depois pronuncia-se sobre o que está a ver e começa a trabalhar com afinco na montagem e desmontagem das redes. Um formando a sério portanto. Grande mudança desde os primeiros dias. A sessão foi normal, com captura de 2 juvenis de Verdilhão a mudar as primárias, se bem que num dos casos só se estava a registar numa das asas, mas como estava no início, pode ser possível que inicie em breve a muda na outra asa. Para finalizar, os barulhentos e eléctricos Corujas dos Limites Invisíveis apareceram para espreitar o que faço com as aves.
A captura de 5 Felosa-dos-juncos até podia ser a situação que chamaria mais a atenção desta sessão, não fora ter-se recapturado uma das primeiras aves anilhadas pelo Luís Silva no longínquo ano de 2008. Quando a leitura da anilha foi feita, perguntava o Luis Ribeiro se era ave para 4 ou 5 anos. Talvez, talvez mais, só quando chegar a casa e abrir o meu ficheiro excel com os meus registos. Era mais, oito anos, idade respeitável para esta pequena ave migradora Para alem do que já foi mencionado, regista-se a muda parcial de plumagem do corpo da grande maioria dos Rouxinol-dos-caniços adultos capturados, um Chapim-azul com o frequente problema nos tarsos, a verificação de barras de crescimento na plumagem na mesma posição em praticamente todos os juvenis de Rouxinol-dos-caniços e o registo de muda das primárias em Guarda-rios
Dos oitenta e três verdilhões juvenis que foram capturados na Mata Nacional do Choupal, um já apresentava uma muda activa de primárias, o que é um facto positivo para aquilo que pretendo e que é registar este comportamento nos juvenis desta espécie. Registada também a muda de um Pica-pau-malhado-grande, que com esta muda activa, passou a apresentar 3 gerações diferentes de penas, já que reteve uma cobertura primária de juvenil Quanto ao resto, muito público cheio de curiosidade sobre o que estávamos a fazer, outros para mostrar aos que os acompanhavam o que já tinham visto, e os pequenos dos Limites Invisíveis-CASPAE link cheio de curiosidade sobre o que fazia mexer os sacos pendurados por cima da mesa de anilhagem
O Luis é o meu ultimo formando. A partir dele reservarei os meus conhecimentos para os netos, que espero que ainda demorem a aparecer, mas que não me vão escapar com toda a certeza, ao contrário das filhas. E por ser o meu ultimo formando, logo iria aparecer um dos maiores desafios da minha actividade como anilhador. Não porque lhe falte vontade, ou interesse, mas porque iniciou somente agora com maior profundidade a observação e identificação de aves, porque lhe faltam conhecimentos sobre as espécies, a sua fenologia e o seu comportamento. Na preparação da sessão de hoje avisei-o que: Amanhã 4:40 na entrada do choupal ou 5 em Montemor-o-velho. Leva frontal. Repelente se tiveres Nem uma coisa nem outra e junta à habilidade uns belos calções. Mais tarde escreve que Acho que preciso de uma transfusão de sangue! Tou todo chupado -.- Mas com jeitinho vai lá, e nesta sessão até já aprendeu como recolher e arrumar as redes à minha maneira, ouvindo o clássico conselho, que ao arrumar as redes não está a fechar a sessão que está a terminar, mas a preparar a sessão seguinte. No entanto esta sessão no Taipal teve outros motivos de interesse, já que foi controlado um Bico-de-lacre anilhado em Junho de 2012 como adulto, atingindo assim, no minimo 5 anos de idade, assumindo que nasceu em 2011. Os valores aproximam-se dos obtidos em 2011 e de 2014, notando-se ainda a existência de muitas peladas de incubação em código 3. É possível que a primeira postura tenha corrido mal, aliás problema já manifestado em outras espécies e estejamos perante uma tentativa de segunda postura mais forte do que em anos transactos, já que nos meus registos dos anos anteriores, grande parte das peladas de incubação foram classificadas em código 4 e 5.
Foi o Chapim-real a espécie mais capturada durante o período de inverno nas sessões de captura das espécies que frequentam os comedouros que instalei nesta área florestal. No entanto, neste período do ano são os Verdilhões que maioritariamente são capturados, conforme o descritivo da sessão realizada no início deste mês. Sei por experiência que os Verdilhões são agressivos nos comedouros em relação à presença de outras espécies, mas observo as outras espécies na zona e tambem a utilizá-los. Observo tambem alguns indivíduos a deslocarem-me e a sair da zona dos comedouros em voo vertical, não sendo capturados nas redes que rodeiam esta zona. Daí que vou deixar concluir um ano completo de recolha de dados e pensar se entretanto não valerá a pena substituir a forma de captura pelas "funnel traps" descritas num trabalho intitulado "A funnel trap for the capture of tits" e que já obtive bons resultados no que diz respeito à captura de pratica,mente todos os indivíduos que frequentam um comedouro. O facto de estas estruturas de captura poderem ser utilizadas mesmo durante fracas condições meteorológicas, a queda de folhas não importuna rigorosamente nada e a montagem é bastante rápida, pois em menos 5 minutos colocam-se seis armadilhas a funcionar, a ideia de alterar a forma de captura de redes para estas armadilhas está a atrair-me bastante. Entretanto nesta sessão, salienta~se a recaptura de um Chapim-real com um tumor abaixo do olho direito Em relação aos Verdilhões, existe uma maior captura de machos (38) em relação a fêmeas (21) e maioritariamente juvenis (49) em relação a adultos (10). Bastantes juvenis já apresentavam muda de plumagem activa, mas em relação a penas das asas, não verifiquei mudas activas.
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March 2024
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