Nos idos anos 1998 a 2000 participei no Euring Swallow Project, trabalho onde aproveitei para monitorizar alguns dormitórios existentes no Baixo Mondego, em parceria com o João Petronilho, que monitorizava um dormitório localizado no Poço da Cruz, a norte da Praia de Mira. Parece estranho falar do Petronilho como anilhador, mas foi sim, antes de alcançar a notoriedade como fotógrafo. Tempos em que éramos mais moços, cheios de força e vontade e este trabalho ainda produziu umas comunicações em congressos, o mais famoso dos quais foi em Espanha, em El Rocio, onde o Nuno Paulino, um puto na altura, decidiu colocar açúcar na cama de uns maduros, que acharam piada, pois já pensavam na forma de colocar a meio da noite na varanda do quarto de hotel a cama com ele deitadinho a dormir como um bebé. E conseguimos sem o acordar. Mas adiante, já que nos últimos anos nunca mais conseguimos contar bandos pré-migratórios de Andorinha-das-chaminés com a dimensão daqueles anos e falamos de contagens que atingiam 40.000 a 60.000 indivíduos nos pauis da Madriz (soure) e principalmente no Taipal (Montemor-O-Velho). E tenho falado nestes ultimos anos desta situação. Ontem no Taipal, de repente, percorrem o caniçal cerca de 10.000 Andorinhas-das-chaminés e fazem dormitório na vala principal. Nem imaginam a minha alegria. Meia duzia de filmagens para enviar aos amigos e depois passei a noite toda a anilhar os individuos capturados. Bem, a noite toda é exagero, já que descansei das duas às cinco da manhã. Mas foi um grande por-do-sol e uma grande noite. Quase sessentão e sozinho ainda dei mais ou menos conta do recado. Mas os reforços da manhã foram bem recebidos, a Isa e o Armindo a processar as aves capturadas, o Alex a registar nas folhas de anilhagem. Fixe. E uma muda muito interessante de um juvenil de Andorinha das chaminés. Mais tarde farei um esquema desta situação
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Terminada com sucesso a participação no PEEC - Nidificação, com as 12 sessões necessárias, viramos agora as baterias para a época de migração que já teve início, registada nesta sessão com a captura de Felosa-dos-juncos e de um Rouxinol-pequeno-dos-caniços com 70mm de medida de asa. Esta sessão teve um ponto interessante que foi a recaptura de uma Felosa-dos-juncos com anilha portuguesa. É coisa rara, normalmente só acontece numa mesma semana, quando a ave continua no mesmo local a alimentar-se para depois prosseguir a viagem migratória. Mas a numeração desta anilha foi utilizada no ano anterior e por isso tratava-se de um registo raro e mais raro se tornou quando após a consulta da base de dados verifiquei que tinha sido capturada e anilhada em 22 de Julho de 2022. Portanto, exactamente um ano depois, cá a temos a passar e a ser capturada no Paul do Taipal. Esta Cigarrinha-ruiva apresentava uma muda bastante interessante, a mudar tudo menos as secundárias, a cauda apresentava uma muda das penas ao mesmo tempo e não de forma sequencial.
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March 2024
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