Trata-se do historial de um Rouxinol-pequeno-dos-caniços, anilhado na República Checa em 2019 e que foi recapturado no meu quintal em Brasfemes. Foi o primeiro registo de recaptura de uma ave anilhada neste país. Para alem deste facto, assim que coloquei as coordenadas, deu para verificar na fotografia aérea a linha de anilhagem onde esta ave foi capturada, perfeitamente visível na imagem, para alem de outras na mesma zona. O local deve ter bastante interesse para a observação de aves, já que dá para reparar nos vários observatórios colocados nesta zona húmida.
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...mas com esta história da pandemia e do confinamento, o meu quintal arrisca-se a ficar para a posteridade como um dos locais onde anilham-se mais aves neste país. Vale a pena o esforço, diga-se de passagem, se bem que em dias como foram os de este fim de semana, é preciso muito esforço para sair da cama. Ao passar pelas casotas dos cães nem a ponta dos focinhos veio cumprimentar o chefe da matilha (ou se calhar já não sou). Depois foi verificar o que nem era preciso verificar, as redes estavam congeladas. Por preguiça ainda as esfreguei para ver se as conseguia abrir, mas lá remeti-me à evidência e fui buscar outras à garagem e troquei-as. No sábado a sessão foi feita no local onde está a funcionar a Estação de Anilhagem de Esforço Constante, com capturas baixas, poucas aves presentes no local. Alguns registos de muda pós-juvenil, como o do Melro da imagem. Interessante verificar que mudou a cobertura carpal sem ter concluído a muda de todas as grandes coberturas, que é um comportamento pouco habitual. No domingo a habitual sessão com o recurso a armadilhas de funil a que somei três redes de 15m. Os Verdilhões já sabem o que são redes de captura e quando elas estão armadas, limitam-se a ficar poisados nos salgueiros que fazem limite aos terrenos dos vizinhos. Por isso a sessão na parte da manhã limitou-se a correr calma e serena. Fui almoçar, retirei as redes e só deixei as armadilhas e instala-se a confusão, com dezenas de Verdilhões a poisarem no local e a serem capturados nas armadilhas e assim foi uma tarde de intenso registo de mudas pós-juvenil desta espécie. Fica a nota que grande parte dos indivíduos destas espécie tem níveis altos de gordura, para o que é normal registar, quase todos com 3 e 4 na escala.
O olho direito de um dos Tentilhões capturados, estava seco. Não faço ideia do que aconteceu, mas quando foi anilhado em 2018 não foi registada qualquer deficiência. Desde Novembro que não fazia nenhuma sessão de anilhagem no Taipal. Aproveitando o dia livre, o facto de estarmos a dias de um confinamento geral, agendou-se esta sessão, sabendo de antemão que a vegetação tinha crescido, podendo produzir alguma dificuldade. Nada disso, a geada e as temperaturas negativas fizeram um efeito de corta-relva e as linhas de anilhagem estavam simplesmente impecáveis.
Não chegamos aos -9ºC de outros tempos, nem aos inesquecíveis -12ºC do Paul da Madriz, mas o frio que se fez sentir produz restrições à actividade de anilhagem, aumentando-se a frequência da visita às redes, não foi montada a linha 3 porque é um local muito frequentado pelas Felosinhas e reduziu-se as redes da linha 1. A sessão correu bem, com um bom numero de Escrevedeira-dos-caniços e vamos ver se conseguimos nas semanas próximas continuar este esforço. Uma das aves capturadas, uma fêmea de Chapim-real apresentava problemas nos tarsos e patas, devido à presença de ácaros. Neste caso optou-se por não colocar a anilha metálica. |
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March 2024
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