A sessão estava inicialmente programada para a Senhora do Circulo e por isso, costumo ir lá de véspera colocar os fios necessários para as quatro linhas. É uma tarefa que demora 15 minutos, mas que proporciona-me alguma rapidez na montagem das redes no dia seguinte. Mal lá cheguei, encostei-me ao carro e ali fiquei a matutar durante meia hora, sem saber muito bem o que fazer. Decidi regressar a casa e alterar a sessão para o Taipal. A previsão da passagem de nuvens baixas durante parte da manhã, numa zona de elevação dá para colocar as redes todas a pingar e não era situação que me interessasse, e no Taipal esta passagem de nuvens era rápida. Assim de manhã, eu e o Nuno montamos as 12 redes de 15 metros e ficamos a aguardar. Na primeira ronda duas aves interessantes que nos fizeram perder algum tempo a fazer alguns registos fotográficos. Uma foi identificada como sendo Phylloscopus collybita tristis A outra ave deixou duvidas em relação à correcta identificação da sub-espécie. Penso que possivelmente será Phylloscopus collybita abietinus, mas para já sem nenhumas certezas. Uma das felosinhas capturadas apresentava as caudais cortadas, excepto as C1D e C1E, mas estas podem ter sido arrancadas durante a situação que provocou o corte e depois de crescerem, dão esta imagem diferente da cauda deste indivíduo Depois na terceira ronda é que a sessão animou de vez. Cada um do seu lado da rede a retirar as aves, fui sendo mais rápido e quase no final da linha lá a vi. Ave diferente das restantes que tinhamos capturado nesse dia, lá ergui o punho cerrado para o Nuno, uma gargalhada e ele viu logo que íamos ter assunto para o resto do dia. Coloquei algumas fotos disponíveis na internet e telefonei ao Luis para dar uma olhada, discutimos e chegamos à conclusão que se tratava de uma Escrevedeira-pigmeia, ave rara por estas bandas. Uma das coisas interessantes nesta captura é o facto de ser a segunda que capturo neste local e ambas no dia do meu aniversário. O Luis perguntou se podia aparecer para ver a ave, eu disse-lhe que ainda não tinha sido anilhada, mas que seria o Nuno a anilhar. Sem problema disse ele. Bem, mas eu conheço-o bem pela persistência e teimosia e sabia que ele ia preparar uma estratégia para ver se conseguia ser ele a anilhar esta espécie. E acertei em cheio. No caminho de casa para o Taipal, parou nesse templo da doçaria conventual do Baixo Mondego e manda forrar a caixa com queijadinhas, com o intuito de: 1 - subornar-me pelo estômago; 2 - ou provocar-me um coma glicémico, deixando-me sem reacção. Esperto o meu caro amigo, mas resisti. Nada de doçaria e quem anilha mesmo é o Nuno :-) E pronto, depois fui ver o cisne que nada pela pista de remo em Montemor-o-Velho e o peneireiro-cinzento, cotovia-arbórea, laverca e outra passarada para os lados do Rabaçal e da Fonte Coberta. Foi um dia bem passado.
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March 2024
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